sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Poema 187

Escrevo poemas e crônicas como quem tem algo a dizer
Não tenho
O prazer e a desgraça de viver são o que me instigam a combinar palavras numa tela
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Imploro por reconhecimento como quem implora por amor
Aquietada, subjugada, subestimada, errada
Não sou eu que devo cobrar que vejam o que ou
Sou e o apenas ser tem aberto espaço no emaranhado de ideias na cabeça
Sou e o apenas ser tem me tirado do redemoinho de confusão que me adoece
Sou e o apenas ser é suficiente por hoje
Sou e por isso escrevo
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Para amar um amor que perdura além dos meios
Para cantar uma canção que não é minha mas me define
Para dançar uma dança que eu criei de outras referências
Para viver uma vida que judia e ilumina
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Se escrevo afinal não é para ser lida
Não é para ser admirada e querida
Sou e escrevo o que choro, sorrio e vivo
Sou e escrevo pois o ato me dá um certo alívio
Sou e escrevo porque dentre desespero e gozo, sou o que escrevo e escrevo o que sou

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