sexta-feira, 25 de junho de 2010

Característica

Creio que sei o que acontece, eu deveria encarar mais vezes, é que dói. Se bem que essa dor não vai passar tão cedo e eu, até me dou bem com ela. Então. Devo coisas, é assim que me sinto, como se as coisas não fossem destinadas à mim, não as boas pelo menos, e, tendo isso em mente, eu devo entregar e distribuir o que ainda estiver bom dentro de mim, porque é assim. Talvez aqui dentro, eu tenha essa filosofia de que tudo que vai, volta em dobro, seguida à risca, logo, se eu oferecer as coisas boas, elas acontecerão comigo, mesmo vendo que isso não acontece na vida. Assim, eu tenho que só vou entregando os bons sentimentos e ensinamentos, eu não vejo por que de usar em mim, mesmo se quisesse, não sobra muita coisa útil depois que distribuo por entre tantas mentes e corpos. Não que seja legal fazer isso consigo mesma, só é bem mais fácil, não querendo correr nem mascarar o que há comigo, mas quem sabe se eu fizer algumas coisas boas, eu ainda tenha chance de ir pro céu, não? Acredito que é minha culpa, que dou tanto amor que não sobra nenhum pra mim e que eu precise das pessoas pra me afirmar, como uma abelha das flores. Elas não conseguem viver sem o pólen e, não acredito que eu consiga viver sem alguém ali, pra devotar algo, seja amor, respeito, carinho, conselho. Então, mesmo que eu esteja sozinha, arruinada, caída, eu ainda terei as palavras, e sei que quando for de meu desejo, posso usá-las como grandes armas de conselhos, carinho, respeito e amor. Às vezes eu me sinto sozinha, como se não fosse bom ser eu e quem sabe, não seja. Uma solidão que não vai embora, não importa se há alguém comigo; eu aprendi muito bem a ignorar, e isso inclui uma ignorância suprema à mim mesma. Aqueles dias em que eu me afundo na cama, ou só saio dela pra beber água e pegar o computador, aqueles dias em que eu não vejo esperança e passo tardes e madrugadas assistindo desenhos quando não há mais sono. Eu sei que eu posso, melhorar e tudo mais. Só que eu não preciso, eu preciso é de pessoas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário