Só estou escrevendo porque você me surpreende, mesmo (você e os teus pensamentos) estando bem longes de mim. E eu que achava que depois da minha última carta meu sentimento por ti havia diminuído! Fui ensinada que nada é tão bom como o que vem inesperadamente.
Acordei às quatro e cinquenta da manhã, por tua culpa. Não pelo abraço longo e que me trouxe lembrança do teu cheiro, nem pelos beijos trocados romanticamente mas sim pela luta que travei, uma luta sem sentido e perdida, já que no final de minha boa ilusão, eu me encontrei desesperada e sem resposta, tua.
Não é de meu agrado que eu fique assim, abandonada por essa sensação que, de nada valerá negar, você também sente. Creio que ninguém além de mim faça alguma ideia de como eu ficaria alegre, e como isso duraria por semanas se, ao menos recebesse uma mensagem tua, um telefonema que me desse acesso à tua suave voz.
Nem sei ao certo à que sentimento devo dar atenção, à felicidade que transborda quando você surge ou à tristeza que aparece quando me lembro que não passa, nem passará, de algo platônico.
Me encontro nesse dilema, terrível. Por um lado me delicio escrevendo detalhadamente sobre ti e as tuas características que me seduzem, saboreando uma doçura e beleza sem iguais. Porém, pelo outro, sinto náuseas ao pensar que haverá esse pedaço e esses atos que nunca se consumarão, e às vezes, simplesmente abaixo minha cabeça e inevitavelmente, meu sorriso me deixa.
Querendo ou não, terei de aceitar esse ar vago que o lado ruim me traz, já que és a motivação dos meus dias de agora, o que eu busco nos meus sonhos, o que me arranca suspiros e o que me mostrou esse misto tão bonito de paixão adulta com inocência adolescente e certeza correta e erro inevitável.
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